No coração de Fortaleza, a Praça do Ferreira recebe milhares de pessoas durante todo o dia. Talvez por isso seja apontado por muitos como o “Coração de Fortaleza”. Histórica, o local abriga gente de todos os tipos e recebe diversos eventos ao longo do ano. Atualmente, a praça vive dualidade entre conservação e abandono.
Hoje, a praça vive um momento pujante. Continua a receber diversos eventos de grupos como Sesc, Senac e Senai. Além disso, espaços como o Cine São Luiz estão em processo de reforma. Quem passa pelo local elogia: é um espaço limpo, conservado e seguro. Durante o tempo em que a reportagem esteve no local, pôde ser visto pelo menos sete agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal. (Llink Cine São Luiz: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/o-espetaculo-de-um-resgate-1.1019472)
Um dos símbolos da praça são os homens que ficam sentado nos bancos, conversando sobre tudo e um pouco mais. Para “Seu Pedro”, aposentado e frequentador do local há 40 anos, o “berço”, como chama a Praça do Ferreira, é sua segunda casa. “Venho sempre pela manhã conversa com meus amigos. De tarde ainda passo por aqui para jogar damas. A gente vê de tudo por aqui. E isso é muito bom, deve continuar”, afirma.
Apesar dos cuidados, ainda há muito o que ser feito no local, reclama a população.“O relógio é lindo e adoro tirar fotos sempre que posso dele. O ruim é a fonte que tem, que quase nunca funciona”, lamenta o fotógrafo Davi Monteiro, de 20 anos.
A conservação da praça fica a cargo da empresa Casa Pio, que a adotou utilizando o Programa Adoção de Praças e Áreas Verdes, da Prefeitura de Fortaleza. Apesar do piso bem conservado e relatos da presença constante de equipes de manutenção e concentração de serviços para a população, o que falta, segundo comerciantes do local, é segurança no período noturno.
“Depois de 17h fica complicado ficar por aqui. É pe’rigoso. A praça recebe mendigo de toda a cidade e gente que vem, às vezes, pra assaltá-los. É terrível e todo mundo fica com medo. Apesar disso, é melhor que todas as outras”, relata João César, funcionário de uma banca de revistas do local.
Para Luiza Dantas, de 24 anos, o local serve, principalmente, como ponto de encontro para todas as idades. A jovem afirma que vai sempre ao local para pesquisar sobre os perfis do local. “Aqui tem de tudo. Daquele senhor de 90 anos que vem discutir sobre futebol e política até aquele menino que vem só trocar figurinha do álbum da Copa do Mundo”, afirma.
Ponto de encontro de gerações, a Praça do Ferreira vive o desafio de se firmar como ponto de encontro e a busca pela renovação. Marco Histórico e Patrimonial de Fortaleza pela lei municipal 8605, de 20 de dezembro de2001, ela fica entre as ruas Major Facundo, Floriano Peixoto, Dr. Pedro Borges e Travessa Pará.
O nome homenageia o vereador de Fortaleza, Boticário Ferreira. Em 1839, o local era apenas um campo cercado de areia. Em 1920 o então prefeito Godofredo Maciel deu início a reforma. Em 1933, foi instalado o relógio no centro da praça, que acabou virando o símbolo do local. Conhecida como Coluna da Hora, foi destruído em 1967 e implantado novamente em 1991.
