“Ela é linda. Gostaria de vir mais vezes por ela”. Ao passar pelo viaduto que corta a avenida Aguanambi, sob a avenida 13 de maio, a advogada Martha dos Santos, de 46 anos, não ficou ficou admirada apenas com a quantidade de fieis diante da Igreja de Fátima, mas também por conta da imagem de 15 metros de altura de Nossa Senhora de Fátima, que custou R$ 130 mil. “E ainda tem essa praça, que muito é muito linda. Com certeza voltarei”, completa.
Recém-reformada, a praça Pio IX, na Regional IV, é mais conhecida como a “praça em frente da Igreja de Fátima”. Ela foi restaurada a partir do Programa de Adoção de Áreas Verdes, da Prefeitura de Fortaleza, em parceria com a Universidade Paulista (UNIP/FAECE/FAFOR). O espaço foi arborizado, teve o piso trocado, o anfiteatro e a quadra de lazer foram reformados e equipamentos de ginástica foram reimplantados.
Além disso, a universidade responsável pela praça também fez a instalação de rampas de acesso para cadeirantes, além da substituição da coroa da estátua de Nossa Senhora de Fátima. A reforma foi comemorada pela cúpula do Santuário. “A praça está diferente. Nós ficamos felizes quando as pessoas notam o que foi modificado no espaço”, diz Ivan de Souza, pároco da Igreja de Fátima.
A reportagem visitou o local em uma data especial: 13 de maio, dia em que se comemora a primeira aparição de Fátima, em Portugal. Será que a população frequenta a praça, que comporta diversos equipamentos considerados “interessantes” por todos os ambulantes e comerciantes fixos consultados no local? A reportagem fez enquete com 15 pessoas e a resposta era sempre taxativa: não.
A escultura talhada na Praça Pio IX é autoria de Franciner Macário, e financiada pela Prefeitura de Fortaleza. Ela é toda em concreto armado, com acabamento feito em gesso e tinta especial, resistente a Sol e chuva. No dia da visita à praça, pôde ser visto muito lixo, por conta do evento religioso. No dia seguinte após o evento religioso, que teve a presença de pelo menos 150 mil pessoas durante o dia inteiro, o que pôde ser visto era uma limpeza quase cirúrgica, realizada por homens da Prefeitura.
Enquanto acontece a procissão de Nossa Senhora de Fátima, diversas pessoas buscam um espaço entre as paradas de ônibus situadas em frente à Igreja, na avenida 13 de maio. “Pego ônibus todo dia aqui. Acho perigoso, mas dia 13 é melhor, porque tem muita gente. A única coisa ruim é porque é mais difícil pegar ônibus. No mês de maio, então, tudo é pior”, afirma a estudante Beatriz Rodrigues, de 20 anos.
Próxima a um ponto de ônibus, a ambulante Francisca Gomes, de 57 anos, comemora o grande fluxo de pessoas na praça, que compram imagens e artigos religiosos. Para ela, o dia 13 na Praça IX é sinônimo de lucro e aproximação com a santidade materna. “A gente vem com uma grande satisfação, estar na calçada de uma amada mãe rainha e também pela renda”, afirma a ambulante, que há 10 anos vende artigos religiosos em uma barraca.
Sobre a praça, Francisca concorda que as mudanças após a reinauguração foram benéficas.. “Essa praça significa a coisa mais bela do mundo”, conclui. Ao longo do dia, a praça recebe fieis, que se distribuem em missas ao longo do dia. No período da manhã foram celebradas seis missas, a primeira às 5h. Na sequência, ocorreram missas às 6h, 7h30, 9h, 10h30 e ao meio-dia. No período da tarde, houve missa às 14h, 15h30, 17h, 18h30 e a última às 20 horas, com a chegada dos fieis em procissão.
Apesar da reforma e a criação de lugares para atividades físicas e espaços para convivência,o local não é seguro, afirmam os comerciantes da região. Para Eliana Ferreira, de 33 anos, funcionária de uma banca de revistas da praça, o espaço não é seguro nos dias em que não existe movimento devido às atividades da Igreja. “É insegura. Não tem banheiro e não tem lazer para as pessoas a visitarem. Agora melhorou muito, porque a Universidade ajeitou, mas muita coisa pode vir a melhorar”, comenta..
Além disso, a comerciante revela que o movimento todo dia 13 para os trabalhadores permanentes na praça diminui circustancialmente, já que diversos ambulantes tomam o espaço da praça, vendendo artigos religiosos, comidas e artigos diversos. “O movimento é muito alterado. Tem muito ambulante e ninguém para aqui na banca”, disse.
Enquanto isso, fieis que se instalavam nos novíssimos bancos da praça comentaram à reportagem que não conheciam o espaço e que o frequentariam há mais tempo, caso tivessem conhecido antes. Eles louvaram a inauguração da praça, que deu-se exatamente no dia 13 de maio. “É legal. Tem muita sombra, banco e verde. Moro no Dionísio Torres, mas volto aqui com minha neta, para ela aprender a andar de bicleta”, exalta Juliana Melo, de 42 anos.